Discutir e apresentar soluções para a inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Essa foi a proposta do 2º Encontro Socioprodutivo, realizado na manhã desta terça-feira, 9, pela Secretaria de Desenvolvimento Social (SDS), da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Geração de Emprego e Renda (Sdeer). O evento ocorreu no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MG – Subseção Juiz de Fora) e reuniu representantes da sociedade civil e de entidades ligadas à promoção de políticas voltadas para pessoas com deficiência.
Na abertura do evento, o secretário de Desenvolvimento Social, Flávio Cheker, destacou a necessidade de a sociedade perceber-se como componente da promoção da igualdade social: “Os direitos das pessoas são indivisíveis. Não existe cidadania plena se um indivíduo tem direito a um emprego mas não tem acessibilidade para executar suas funções. Temos um grande desafio pela frente, mas o importante é que há uma disposição de proporcionar autonomia e igualdade de direito à pessoa com deficiência. O Encontro Socioprodutivo faz parte deste esforço”.
Durante as exposições, foi destacado o papel do portal JFEmpregos (serviço prestado pela PJF) na disponibilização de vagas para este público. “O portal organiza de forma muito eficiente este postos de trabalho. Além disso, é necessário destacar a parceria com a SDS na inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, através dos programas sociais e da qualificação profissional”, salientou a chefe do Departamento de Trabalho, Emprego e Renda da Sdeer, Leila Abrahão.
De acordo com dados do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Juiz de Fora possui cerca de 74 mil pessoas com algum tipo deficiência, sendo 24 mil delas classificadas como severa. Para o auditor-fiscal e chefe do setor de relações do trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), José Tadeu de Medeiros Lima, essa pessoas, muitas vezes, são “invisíveis” aos empregadores. “Temos que quebrar alguns mitos em relação à pessoa com deficiência. Muitas vagas oferecidas através das cotas são para baixa qualificação profissional, sendo que o nível de escolaridade da pessoa com deficiência, em geral, é maior que o do restante da sociedade. O grande dificultador da contratação é o preconceito”, definiu.
A programação do evento contou, ainda, com uma exposição das tecnologias assistivas, ministrada pela chefe do Departamento de Políticas para Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos (DPCDH), Thaís Altomar, e com uma apresentação dos programas sociais de qualificação profissional, conduzida pelo chefe do Departamento de Inclusão Socioprodutiva e Qualificação Profissional, José Francisco de Oliveira. O evento foi finalizado com a palestra de duas pessoas com deficiência, profissionais da empresa Becton Dickinson, sobre suas experiências no dia a dia de trabalho.