Foi assim, se inspirando em versos de Drummond, aqueles sobre a liberdade para navegar e a proibição de fazer barcos, que o Vereador Flávio Cheker lembrou que no dia 20 de abril do ano passado, a Câmara Municipal de Juiz de Fora realizava Audiência Pública para debater a situação do Aeroporto Francisco Álvares de Assis, o Aeroporto da Serrinha. Convocado por iniciativa do vereador Flávio Cheker em parceria com o vereador Júlio Gasparette, o evento apontou as diferentes dificuldades vividas pelos usuários do terminal, que então conviviam com atrasos e cancelamento dos vôos, além do número diminuto de rotas, em particular pelo fato de o espaço não comportar aeronaves de maior porte.
Um ano após a realização do evento, pode-se constatar que a pressão popular e a cobrança do vereador Flávio Cheker produziram efeito. Em resposta a Pedido de Informação encaminhado ao Executivo no mês passado, a Settra (Secretaria de Transporte e Trânsito) confirmou a realização de diferentes reformas no Aeroporto da Serrinha, adequando-o às normas exigidas pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Contudo, o mesmo documento ratifica que a Prefeitura ainda não possui planejamento para a compra de um novo “caminhão de Bombeiros”, que permitiria ao terminal receber os aviões de maior porte.
De acordo com as normas da Anac, caso queria ampliar sua capacidade para o recebimento de aeronaves, a brigada contra incêndio do Aeroporto da Serrinha deveria possuir um caminhão do tipo AP-2, de maior capacidade no combate a eventuais acidentes no local. Este modelo é o mesmo utilizado pelo Aeroporto Regional da Zona da Mata. Em maio do ano passado, Cheker chegou a viajar para o estado do Paraná para conhecer as instalações de uma empresa que comercializa este tipo de caminhão, e para tratar alternativas para a compra do mesmo. No entanto, de lá para cá, a situação continua a mesma.
Para Cheker, as modificações realizadas no Aeroporto da Serrinha são significativas, mas de pouco adiantam se o mesmo continua operando poucos vôos. “A grande questão no momento é potencializar a capacidade do terminal. Para tanto, receber aeronaves de maior porte é essencial. Enquanto a compra do caminhão de bombeiros não se tornar uma prioridade e ser efetivamente realizada, nenhuma outra atitude adiantará. A PJF irá, mais uma vez, permanecer apenas no discurso”.
Além da compra do caminhão de bombeiros, o Aeroporto ainda necessita da compra de uma esteira de bagagens, equipamento essencial e de custo baixo. A reivindicação, também apresentada durante a Audiência do ano passado, até agora não foi atendida.