Do bairro Alto Eldorado é possível avistar uma relíquia de Juiz de Fora e do mundo: a Mata do Krambeck. Considerada a maior reserva de vegetação Atlântica urbana, com uma área de 291,9 hectares contínuos, a mata é hoje totalmente preservada e na próxima semana abre suas portas à visitação, com a inauguração do Jardim Botânico da Universidade Federal de Juiz de Fora.
Mas nem sempre foi assim. No passado recente, parte dessa exuberância estava ameaçada. Em 1992, a lei 10.943 declarou o local como de preservação ambiental. No ano seguinte, contudo, a lei 11.333 excluiu da área o Sítio Malícia, que compreende um terço mata. O sítio foi vendido para uma construtora, que decidiu erguer um condomínio de luxo.
A aprovação do licenciamento ambiental necessário à obra gerou fortes reações. O vereador Flávio Cheker teve participação ativa nessa mobilização social. Em audiência promovida pelo Ministério Público, em março de 2007, apresentou uma moção em defesa da Mata do Krambeck e, em agosto do mesmo ano, promoveu uma audiência pública na Câmara Municipal para tratar do assunto. As ações ajudaram a reverter a decisão do órgão ambiental, que cancelou o licenciamento.
Presente no Alto Eldorado essa semana, Flávio não pôde deixar de contemplar a bela vista oferecida pela Mata do Krambeck. Impossível também foi não perceber o contraste entre a preservação da mata e a situação do bairro. Como vem repetindo ao percorrer a cidade de norte a sul e de leste a oeste, o quadro é de total abandono. A falta de serviços básicos, como capina e limpeza urbana, é visível em todos os cantos.
Para tentar minimizar o sofrimento da população local com a ausência dos serviços, o vereador apresenta essa semana uma série de expedientes na Câmara solicitando providências à Prefeitura.