A Prefeitura de Juiz de Fora vetou Projeto de Lei do vereador Flávio Cheker que dispõe sobre o acompanhamento de crianças cujas mães realizem estudos supletivos noturnos na rede pública municipal de Ensino. A expectativa de Cheker é de que a matéria, ao voltar à Câmara, possa receber votação contrária ao veto do Executivo, sendo aprovada pela maioria do Legislativo.
“Sem ter com quem deixar seus filhos, as mães que buscam realizar os estudos de suplência acabam por levá-los, obrigatoriamente, para a sala de aula. O local é inadequado às crianças, que não tem como se manter em silêncio e quietas durante as aulas. O desempenho dos alunos e professores sofre reflexo direto diante desta situação e as mães (muitas ainda menores de idade), apesar do desejo de concluir o ensino fundamental e médio, acabam desistindo e deixando de freqüentar as aulas”, lamenta Cheker.
O vereador ressalta, ainda, que professores da rede municipal de ensino o procuraram para sugerir a apresentação do Projeto de Lei, como tentativa de dar solução a uma realidade que não pode ser ignorada. Segundo depoimentos, esses profissionais vivenciam esta realidade diariamente e acreditam que medidas simples facilitariam o acesso e a permanência destas mães ao ensino. A proposta sugerida é de que, através de condições adequadas e seguras, as crianças possam, também, permanecer na escola, durante as aulas, em ambiente apropriado, sob a supervisão de recreadoras ou profissionais qualificados para o desenvolvimento de atividades educacionais e de entretenimento com esses menores.
“A agitação das crianças é natural, mas não podemos forçar as mães a desistir de seus estudos, por não terem com quem deixar seus filhos. O Projeto de Lei foi apresentado para que a Prefeitura providencie o aproveitamento das salas de recreação ou espaço semelhante existentes nas escolas da rede pública municipal de ensino, com objetivo de receber 15 crianças, com idades entre 3 e 7 anos”, enfatizou o vereador.
Quanto aos profissionais, a matéria apresentada propõe o aproveitamento das recreadoras da AMAC ou outros profissionais do quadro de pessoal do município. De acordo com o dispositivo de Cheker, caberia ao Executivo proceder a instalação de brinquedos, jogos pedagógicos e livros que favoreçam atividades infantis e educacionais, coincidindo com o horário das aulas, especificamente no turno da noite.
“O veto é infeliz porque nega o direito de aprendizagem destas mães e desconsidera as reivindicações dos profissionais da educação que também buscam, com preocupação, uma solução urgente para todos os envolvidos nesta realidade tão alarmante. Espero que os vereadores se sensibilizem com esses fatos e rejeitem o veto da Administração Municipal”, finalizou Cheker.