Em audiência pública convocada pelo vereador Flávio Cheker surgiu, pela primeira vez por escrito, proposta para que as ações de preservação do acervo do historiador e jornalista Dormevilly Nóbrega venham a ser realizadas por uma instituição pública, a Universidade Federal de Juiz de Fora.
Foram mais de 60 anos dedicados pelo jornalista Dormevilly à memória social, econômica e cultural de Juiz de Fora e todas as autoridades, que usaram a palavra durante a audiência, destacaram a importância dos livros, jornais e revistas, que deverão, após identificação e catalogação, ser disponibilizados ao público para pesquisa, conforme vontade do historiador, que faleceu há três anos e meio.
A luta de Flávio Cheker pela manutenção do inestimável material na cidade vem de longa data. Em 2000, por ocasião do sesquicentenário de Juiz de Fora, Flávio apresentou, e o Legislativo aprovou, requerimento solicitando a organização de três acervos particulares, entre os quais o de Dormevilly. E, reportando-se ao arquivo, ele defendeu que as ações se façam de forma urgente, tendo em vista que parte do material está sofrendo com a umidade e degradação, e que muito já se perdeu, durante o período de tentativa de negociação entre família e órgãos públicos.
Em carta-proposta apresentada pela UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora) aos familiares, a reitoria da Instituição se dispôs a transferir o acervo para dependências da universidade, disponibilizar pessoal e material para catalogação e dividir com a família, o Legislativo e a Prefeitura a responsabilidade na preservação do arquivo, durante o período em que esse estiver sob sua guarda.
A UFJF solicitou prioridade de compra do acervo, caso os familiares disponibilizem o mesmo para a aquisição de terceiros. O filho de Dormevilly, Daury Nóbrega, manifestou a tendência da família acatar a proposta. “Meu pai jamais imaginou seus livros em outro lugar, que não Juiz de Fora,” concluiu.